sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Tadinha

Seu nome era Tádara, apelidada pelos seus de Tadinha. Ela era uma menina comum, família normal – se é que podemos chamar aquilo de normal – e tinha muitos amiguinhos na rua em que morava.

Na escola, destacava-se dos demais. Era um tipo peculiar de aluna: amada pelos professores, odiada pelos coleguinhas e querida pela maioria dos pais.

Tanto empenho e dedicação não podiam dar em outra coisa: ao final do Ensino Médio, Tádara passa com louvor para uma aclamada universidade pública. Todos ao seu redor se alegram, exultam e saltam com o feito da queridinha da galera.

Mas no íntimo, a menina dos sonhos largos travava um grande combate: será que esse era o melhor caminho a seguir? O que ela quis dizer com isso? Tadinha questionava-se quanto à sua personalidade cdf, aquela que lhe trouxe popularidade, mas também distanciamento de alguns. Será que valeria a pena passar pelo bullying de outrora? – o que, na sua época, nem recebia esse nome, tudo não passava de relés implicância de criança.

Enfim, Tádara fez uma escolha: mudar! Chega de ser a excluída, a apontada como alienígena, a sem vida social. Mudanças são boas... nem sempre!


O tempo passou, a vida seguiu com seu rumo certo – nem tanto para nossa cdf – e a jovem não se estabilizou. O que houve com Tádara? Não se sabe... Mas ela sempre se pergunta onde foi parar a estudante brilhante que fora outrora... Tadinha.

Mãe de amigo

Amigo é coisa pra se guardar no lado esquerdo do peito, já dizia a famosa canção que todos conhecem e, acredito, gostem.
Eu confesso: tenho poucos amigos e, sim, eles moram em meu coração. Costuma-se dizer hoje em dia que os amigos são a família que escolhemos, mas vou além: fui escolhida pelos meus.
E vou adiante, meu coração é pequeno e pesa pouco, mas eu estendo seu espaço e insiro a mãe dos amigos. Ah! Como é bom mãe de amigo! Uns chamam de tia, eu prefiro dona – apenas uma questão de escolha, não sou do grupo dos “radicais” que abomina o termo “tia” (não é irmã do meu pai ou da minha mãe, pô!). Não, sou relax.
Como é bom ser acolhida e recebida nos lares de meus amigos por suas mães. Mas melhor ainda é essa “mãe de amigo” ter história, rosto e lembrança pra mim. Não é aquela relação distanciada, onde eu nem sei o nome da progenitora do brother.
Tem a Maria... Pernambucana arretada, mão boa pra cozinha. Ah! Sabe o que eu descobri? Ela tem duas certidões de nascimento! Que loucura! rs
Tem a Lili... Ela e as irmãs têm o nome iniciado com a letra E ou pelo seu som.
- Mas Lili não começa com E! O nome dela é Elisete, mas ela não gosta muito. Carabina, tu gosta de uma mentira!
Tem a Lucinha (é, eu chamo as mães dos amigos por apelido :P)... Outra nordestina lutadora, cabelo de índio e adora uma casa B-E-M arrumadinha. Um dia serei como ela...
Tem a Stelinha... Guerreira, voz de rouxinol e agora virou universitária! A UFF não será mais a mesma...
Tem a Neusinha... Adora uma cevadis, tem papo reto e sorriso aberto.
Ah! Tem a Edilce... Ela não está mais entre nós, partiu na semana passada. Mas o que ela deixou? Dois filhos maravilhosos, muita doçura e gentileza em todos seus gestos. Ah, amadinha... Quantas saudades dos momentos que passei a seu lado!
Ela, como as demais mães aqui citadas, são exemplos de mulheres para mim. Venceram obstáculos, lutaram com afinco em prol dos seus ideais e o melhor de tudo: são (foram) mães maravilhosas dos meus amigos mais que maravilhosos. : )

Obrigada, Deus pelas mães de amigos.